terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pra que comprar livros

Finalmente paguei a última e dolorosa parcela da minha sofrida faculdade de Letras (faculdade sim, porra, era assim que se chamava no passado, sem cultura!). Hoje foi o meu primeiro pagamento sem despesas estudantis! Ufa! Alívio! Nunca tive isso na minha vida. Pela primeira vez eu tinha na mão R$208,00 livres para eu gastar com a merda que eu quisesse da melhor (ou pior) maneira que eu preferisse.
Homem ligado às letras, decidi investir num instrumento de trabalho. Um livro de literatura contemporânea que não costuma ser leitura obrigatória nas escolas, mas que eu sempre tive vontade de ler: Encontro Marcado, de Fernando Sabino. As últimas palavras dele serviram como mensagem final para o meu convite de formatura e isso muito me despertou o interesse.
Resolvi destinar uma pequena parte do meu glorioso salário para comprar o livro, mas antes decidi comentar com minha mãe que muito me escuta e dá bons conselhos.
-Mãe acredita que eu achei um livro do Fernando Sabino, edição comemorativa dos 50 anos de lançamento por R$32,00 numa papelaria em Formiga? O preço de catálogo dele eh R$50,00!
Depois de uma longa pausa, ela desferiu o golpe mortal:
-Pra que comprar livro?
Aquilo foi a morte para mim. Minha mãe, uma ídola minha, graduada em letras pela Faculdade de Filosofia e Letras de Divinópolis (terra natal dela), com pós-graduação em Artes Industriais pela UFMG, professora por 30 anos no Polivalente e inclusive fundadora da escola, que trabalhou na biblioteca por dois anos em desvio de função, me perguntando pra que comprar livro? Pra que investir em cultura? Uma pessoa que trabalhou com as ciências humanas a vida inteira me perguntando por que não aplicar parte do meu dinheiro em obras literárias? "Pronto! Mais uma alienada na sociedade", pensei.
Mesmo com esse jato de dêsanimo, não desisti. Fui lá comprar o livro pra responder àquela pergunta profana. Mas não teve jeito, o livro havia sido vendido.
Se fosse meu irmão, aplicaria todo o dinheiro dele em roupas ou tênis e no final naum sobraria nem um real. Pois bem, peguei o dinheiro do livro e comprei duas camisas sem estampa por R$27,80 na Fonte dos Retalhos. Vou usar os cinco reais restantes pra comprar tintas e fazer uma estampa bonita em cada. E não contei isso pra minha mãe. Fiquei com medo dela me perguntar: "Pra que comprar camisa?"

domingo, 28 de dezembro de 2008

Poeminha japonês

Limpeza de banheiro (Benjo Soji)
Autor: Kunio Hamagushi

Eu abro a porta.
O cheiro alcança o âmago do meu cérebro.
Não consigo encarar diretamente.
É um "sujar" lamentável
De entorpecer os nervos.
O ar puro do amanhecer
Também fica contaminado.
Perco instantaneamente a vontade de limpar.
Tem uma merda de cocô no chão de dar raiva.

Por que não fazem com mais calma?
Será que o buraco estava torto?
Ou será que estavam com muita pressa?
Morrer de raiva
Não torna o banheiro mais bonito.
O meu serviço
É tornar as coisas mais bonitas.
Pode ser que a criação de um mundo mais bonito
Comece em lugares assim.

Eu mordo os meus lábios.
Encosto o pé na moldura da porta.
Jogo água lentamente.
Encosto timidamente a vassoura na merda do cocô.
Ploft! Ploft! Ela cai no reservatório.
Um ar insuportável se espalha...
Como se uma bomba de gás tivesse explodido no meu nariz.
O mau cheiro impregna na ponta da linha e no coração.
Fico perturbado quando o cocô espirra na queda.

O cocô seco não sai facilmente.
Passo areia na escova.
Eu meto a mão para esfregar.
A água suja respinga no meu rosto.
Ela respinga em meu lábio também.
Não posso dar atenção a isso.
Eu devo friccionar até ficar bonito.
Uso a mesma mão para limpar as mensagens eróticas e o cocô recoberto.
Eu apago um grande órgão sexual.

O vento acariciador da manhã
Ergue meu rosto do vaso.
Até a alma já está se acostumando com o cocô.
Eu jogo água.
Jogo muita água
Como se estivesse tirando o cheiro impregnado na alma.
Esfrego um pano.
Esfrego atenciosamente até atrás da latrina.
Esfrego com força como se fosse limpar a sujeira do mundo.

Jogo água mais uma vez.
Faço o acabamento com o pano de chão.
Espalho o desinfetante.
Um instante de frescor se desprende do líquido branco leitoso.
Eu sento e olho com uma sensação calma e feliz.
A luz da manhã reflete no vaso sanitário.
O líquido desinfetante
Ilumina o interior do vaso
Com um arco-íris.

Eu me lembro de minha mãe comentando
Que a mulher que faz um banheiro bonito
Também faz crianças bonitas.
Eu sou um homem.
Talvez eu encontre uma esposa bonita.

Poema traduzido por Arnaldo Masato Oka, tradutor da Editora JBC.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Agora é quando tudo termina

Quinta-feira passada, foi o último dia. Meus compromissos com o curso de Letras agora estão acabados. Recebi a presença dos meus amigos (peço perdão por não ter retribuído de uma maneira legal), muitos cumprimentos na rua, no Orkut e até alguns telefonemas (que muito me agradaram). Ao fim da caminhada, vem a D. Vida me pegar, o que me deixou meio introspectivo (fato pelo qual eu parei de postar aqui [desisti daquela idéia do livro de auto-ajuda]).
Por enquanto, é hora de juntar as asas antes de pensar em voar. Ver animes, ler mangás, livros (do mestre Fernando Sabino) e dedicar meu tempo a distrações simples do cotidiano. Um período para me dedicar a mim mesmo.
Agora que a espera está finalmente acabada, milhares de oportunidades aparecem aos meus olhos. O que é real, não parece ser e a ilusão se faz mais real à frente. É algo que você sente, mas não sabe explicar muito bem. Afinal, é agora que tudo termina e eu me tornarei livre.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poesia em prosa

Não nasci para ser poeta, prefiro o texto corrido. As palavras correm nele como se estivessem correndo de mim. Não quero entrar nas concepções mais filosóficas sobre alma, espírito e afins, mas gostaria de saber por que a gente se sente tão incompleto durante nossa existência. Talvez seja o sentimento humano de ambição que nos leva a querer mais e mais e sempre mais.
Na ânsia por me completar, descubro que sou cada vez mais incompleto. Procuro espalhar meu coração por todos os cantos, até encontrar a peça que complete o quebra-cabeça, no meio dessas tênues cabeças que se quebram.
E assim será, até o dia em que eu encontrar alguém que me diga como naquela música do Asian Kung-fu Generation que todo mundo understand “Seu coração está espalhado por aí, eu entendo isso”.

sábado, 22 de novembro de 2008

Reflexão relâmpago em um dia chuvoso

Um coração que ama não consegue suportar a dor de viver sozinho por muito tempo. Como já dizia o poeta, o amor é uma dor... e como é gostoso sentir essa dor. Essa dor que comprime nosso peito sem reduzir o seu volume é uma dor que completa a existência do ser. Mas a dor de viver sozinho tira a fagulha do desejo de viver.
Nós temos tendência a amar aquele que não nos ama, um platonismo existencial simples. O amor negado é muito mais gostoso do que o amor concebido, tal qual o proibido nos parece mais prazeroso. Quando alguém nos nega alguma coisa, o desejo por aquilo se torna mais atraente do que antes. Liberem a maconha e vejam se o povo vai usar. Usarão apenas nos primeiros anos da liberação, depois não vai ter graça.
Os fumantes estão parando de fumar, seus pais os descobriram. Os compositores não compõem mais, a censura se foi. Os sonhadores já não sonham mais, seus sonhos foram realizados. E eu já não amo mais, meu amor já se concretizou.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

93 pontos

Depois de meses lendo a respeito, semanas escrevendo e muitas noites de sono perdidas, esse foi o resultado do meu penoso Trabalho Cruis Cred... ops! Trabalho de Conclusão de Curso. O meu tema prezou pelo ineditismo ao falar sobre os mangás, as (nem) tão famosas revistas em quadrinhos japonesas. Em suma, foi uma tese bem escrita e fundamentada em argumentos de pesquisadores do mundo dos quadrinhos. Adorei escrever sobre o tema, pois sou admirador incondicional dessas revistas, contudo, tenho que dizer que é horrível apresentar.
Para me sentir seguro, tive a precaução de lotar a sala e convidar as duas professoras que me ajudaram nos primeiros passos da proposta, Lucimar e Fátima. Desde o início, eu sabia que 15 minutos não seriam suficientes para dizer tudo o que eu achei de interessante sobre o tema, mas por sorte minha, os avaliadores haviam esquecido seus relógios. Depois de 22 minutos e 7 segundos, veio a pior parte: a crítica. Você fica ali na frente como um enfeite enquanto os avaliadores indicam os defeitos do seu trabalho, o que não é uma sensação muito boa.
As críticas proferidas pela professora foram realmente muito severas, mas, como diria o guru Pai Mei, quando você não tem nada a criticar no texto ou no contexto, você critica na forma e as críticas ao meu trabalho se resumiram ao método científico utilizado na minha abordagem. Ao falar sobre a falta de metodologia e criticar a colocação das referências em notas de rodapé, a professora aterrorizou os alunos que assistiam à apresentação, provocando comentários entre os ouvintes, e de certa forma desnecessárias, tendo em vista a nota do trabalho.
O mais importante disso tudo é o conhecimento que eu adquiri sobre as revistas em quadrinhos, o que me incentivou a virar um pesquisador da área. Espero que meu próximo trabalho científico seja mais bem trabalhado e que eu não encontre na banca avaliadora uma professora no fim de sua existência no magistério.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os desafios de um escritor

Mais de dois terços da minha cabeça estariam livres pra pensar em outra coisa se não fosse o Charizard a me infernizar a paciência. A ignorância e o exagero me roubam os resquícios de idéias que sobraram na minha cabeça depois de concluir minha monografia.
Esperar é muito bom para um escritor, pois nesse momento de espera ele pode formular milhares de idéias em sua mente. A meninice dos meus 21 anos não é suficiente para que eu me enquadre nessa classificação, mas tenho uma gama de produção suficiente para que umas 15 ou 16 pessoas assim me considerem.
Contudo, nessas horas percebo ser um mero e insignificante “tradutor de pensamentos”. O escritor diz o que quer, na hora que quer, da forma que quer. Eu apenas digo o que escuto ou leio, com prazo de entrega e da maneira que me mandam fazê-lo.
Até que eu me torne um escritor de verdade a única coisa que posso fazer é escutar Superguidis e cantar com todo o prazer: “Vaaaaá pro diabo que te carregue! Vá pro raio que o partaaa...!”

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Status pós Terra Festival

Depois de uma noite inteira utilizando os horários de literatura da Fátima para comentar sobre o maior e melhor evento do qual eu já participei na minha vida, eu fui embora com a Lucimar, sem dúvidas, a melhor coordenadora do curso de Letras durante minha passagem pelo Unifor. Uma pessoa que tornou-se uma amiga fora da sala de aula e com a qual eu também adquiri o hábito de conversar sobre assuntos do cotidiano.
Nessa noite a carona versou sobre TCC, a minha maior preocupação ultimamente. Comentamos sobre a situação de alguns colegas e etc.
Ela me perguntou se eu levaria a filha dela no show do Anarkaos e eu, todo empolgado, disse que levaria sim, que depois mandaria um scrap contando todos os detalhes sobre o evento.
Mas na hora que eu abri a porta do carro, ela impediu a minha saída e perguntou:
- Tchô, por último: Você vai precisar de som pra sua aula de amanhã, não vai?
Hesitei. Se eu tivesse sequer me lembrado dessa aula esse fim-de-semana eu poderia responder...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pause

Seria o botão que apertaria para falar do Planeta Terra Festival. Ultimamente não tenho postado aqui porque estou fazendo minha monografia final, vulgo Trabalho Cruis Credo... oops! Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Mas como foi uma experiência phodônica na minha vida, eu tenho que apertar logo o pause e começar a falar. Então vamos lá.
Pause.
Sexta-feira fizemos uma concentração muito legal na pracinha (e fomos supreendidos por um acidente muito legal [com todo respeito às vítimas] e surpreendente). Depois partimos para o show. Eu estava super quebrado, pois não tinha dormido na noite anterior devido à minha monografia. Viagem com o MK Vera pode ser definida com uma palavra: barulho. Agradeço plenamente ao Cambota que mudou esse paradigma com o DVD do Muse (banda que eu fiquei super feliz de conhecer [inclusive, já baixei a discografia completa]) e fez com que todos tirassem sonecas esporádicas dentro da van.
Quando chegamos ao estacionamento não havia sequer uma alma viva, o que me deixou meio preocupado. O nome do lugar era "Vila dos Galpões", mas eu só entendi o motivo depois de ter chegado lá. O negócio é como se fosse um quarteirão inteiro cheio de galpões abandonados! Isso mesmo, galpões abandonados! Era como se eles estivessem fazendo um evento estilo Sérgio Borges no csarão. E o mais interessante de tudo é que havia umas plaquinhas indicando extintores de incêndio que não existiam (fiquei pensando na possibilidade de fogo no local, seria perfeito...)! Para finalizar vou usar a definição do Tio do Thalles: "Parece um cenário de filme de porrada".
Depois de ver que tinha umas oito pessoas que chegaram segundos antes da gente decidimos comer. A melhor coisa que fizemos foi almoçar no restaurante meia-boca do PF de R$5. Isso me deu forças para agüentar a danosa fila do evento. Conhecemos dois carinhas legais, um de Presidente Prudente e outro de Londrina (isso mesmo, Paraná!), além de termos visto uma menina exatamente igual a Oosaki Nana, minha ídola do mundo mangá e animê. Nem mesmo a chuva foi capaz de nos vencer, principalmente eu, o único rapaz da fila inteira que teve a cautela de levar uma capa de chuva (por sinal muito bonita [até eu fiquei de cara o quanto eu tava fashion depois de ver a foto]).
Na entrada, tinha uns caras muito legais vestidos de laranja e distribuindo um negócio meio obsceno que servia para guardar bitucas de cigarro. A programação foi inteiramente impressa em papal reciclado, ou seja, nada de degradação ao meio ambiente. O banheiro local estava cheio de folhas de árvore que soltavam um cheiro de erva muito forte para apagar aquele horrível cheiro de banheiro químico. E pra quem pensa que eles destruíram dezenas de árvores só pra fazer aquilo se engana! Quando árvores (mesmo de reflorestamento) são cortadas, as folhas são um dos elementos que não são reaproveitados e reaproveitá-las num evento de rock'n'roll é uma iniciativa ambiental perfeita.
O local, como já citado anteriormente, era muito massa. O palco principal foi montado ao ar livre ao passo que o palco indie ocupava um enorme galpão com uma acústica impressionantemente perfeita. O som corria limpinho no local, o que para um galpão do naipe daqueles é uma coisa quase impossível. Deve ser a magia do lugar que fazia o som correr perfeito.
Quanto aos shows, somente quem foi poderia sentir o que os participantes sentiram. Logo no início fomos durit o (ridículo) show do Supla. Tava muito engraçado pela figura que tava lá cantando, mas cinco músicas foram suficientes para me mandar embora. Voltei ao palco principal para ficar na companhia dos meus amigos que estavam (quase todos) aguardando show lá. Fizemos amizade com um carinha que se não era apresentador do CQC, era igualzinho a um dos apresentadores. Em hora nenhuma ele revelou o nome dele, mas disse que era de São Paulo mesmo. E o cara ficava falando de CQC toda hora, mandando vários "bjo meliga", e disse que eu tinha habilidade pra fazer humor stand up (ao que eu pensei: "ele é porque não viu o MK Vera junto"). Curtimos o Vanguart, que é uma bandinha bem meia-boca, e a Mallu Magalhães que toca bem, acreditem. Mesmo tentando não zoar a cantora em respeito ao Neto e ao Matheus (e até a mim mesmo que estava gostando do show) eu não pude agüentar na hora que a galera pediu pra ela tocar Jammil. O mais legal foi que ela entrou na dança e deu uma risadinha pra gente, ao que nós paramos de zoar a artista.
Na seqüência uma escolha difícil. Ficar no palco principal curtindo Jesus and Mary Chain ou correr pro palco indie pra ver os novíssimos Foals? Acredito que eu ficaria mais feliz vendo o show do Foals, mas o clima no show do Jesus estava muito melhor. Quando eu e o meu amigo do CQC fizemos amizade com umas gatinhas fãs de Offspring que estavam lá na fissura pelo show mais esperado da noite, surgiram varios old schools para se juntarem ao pai e ao tio do Thalles. e os caras rulearam. Foi um empurra-empurra tão grande que eu não tive coragem de sair dali pra curtir o Foals. Estava muito massa! Apesar de eu ter conseguido acompanhar somente umas duas músicas do Jesus, eu senti que o show havia sido um dos melhores da noite! As patizinhas fãs de Offspring e o meu amigo CQC ficaram de cara com o tanto que o povo agitou. Mas aquilo era apenas um "prelude to destruction" para o show do Offspring. Como não sou muito fã da banda, eu comprei um Gatorate e saí correndo para ver o resto do show do Foals.
Chegando lá encontrei meu indieamigo Cambota e fiquei de cara com a apresentação do Foals. Eles são muito "foalda"! E o mais legal é que todo mundo que tava lá sabia cantar as músicas de uma banda criada ainda nesse ano! E ainda de quebra chegou um old school pirando do meu lado e falando assim: "Você estava lá no show do Jesus" e nós dois começamos a pirar juntos com a banda. Aquele "feeling" me deu ânimo para ficar no show do Spoon, o mais esperado da noite pelo Giovane, o amigo do Vitor que veio de Divinópolis para ir com a gente pro show só por causa do Spoon (Oo).
Antes, eu e o Cambota fomos comer alguma coisa, mas desistimos depois de ver as filas de 30 metros em frente às mini-lanchonetes. Então fomos pra áreaaberta do evento onde a galera podia deitar-se nos tapetes que haviam no chão ou em cima dos puffs laranja que tinham lá. Depois de descansar na área mais underground de lá, fomos para o Spoon e eu fiquei de cara quando vi a platéia cantando as músicas deles. Depois que acabou o show deles nós nos dirigimos para o palco principal. Depois de encntrar o Lalinho o Cambota desanimou de ganhar lugares no meio do povo pra ver o Playbac... oops! o Bloc Party, mas eu não desanimei. Ganhei o Marcelo de longe e enfrentei a multidão só para chegar lá na frente e curtir o show. Depois de algumas músicas, o meu amigo CQC apareceu e nós dois ficamos lá curtindo o Bloc Party (ele não estava muito animado devido à tragédia da MTV). O Kele pediu desculpas no meio do show e fez as pazes com os fãs brasileiros, mas isso não serviu para atrair novos, pois quem não achou a atitude deles legal foi correndo ver o Breeders, como o Matheus Lagoa, que achava a banda massa, e o Neto, que já declarou ser fã deles.
Por fim: Kaiser Chiefs. Nessa hora eu só queria uma coisa: dormir. No meio do povo isso era impossível. Ainda mais quando no início do show o vocalista pulou do palco e foi pro meio do povo, isso duas vezes! Impressionante! Depois que ele quietou eu comecei a cochilar em pé! Fazia duas noites que eu não sabia o que era dormir e o sono havia me arrebatado no meio do show. Depois que acabou eu ainda tive forças para comprar suprimentos e ir pra van. Chegando lá eu vi que a galera estava pior que eu. Vitor, Thalles, Neto, Matheus Lagoa, Giovane, o pai do Thalles eestavam dormindo dentro da van e o tio do Thalles no maior papo com o motorista de fora. Só faltava o Cambota, o João (os que menos agitaram na minha opinião) e o Lalinho. Depois que eu entrei na van, eu redescori o que é dormir e só acordei na única parada que a gente fez, depois voltei a acordar só quando faltavam alguns minutos para a gente chegar à nossa humilde e pacata cidade.
Ainda me pergunto o que foi feito das patricinhas que estavam lá no meio do show do Jesus esperando o Offspring. Acredito que elas tenham sido engolidas pela multidão durante o show, pois nunca mais as vi. E o meu amigo CQC foi outro que dormiu. Foi a única pessoa com as quai s eu conversei que eu peguei o e-mail. Mas ele disse qua ainda não tinha criado (??? [talvez para evitar o assédio de fãs do CQC]). Amanhã tentarei mandar o e-mail para ele. Ele deve criá-lo só para receber as fotos que a gente tirou com ele e nunca mais ter contato conosco.
Espero que tenha muitos shows bons no ano que vem para que a gente possa fazer outra escursão. E àqueles que ficaram já vai um aviso: preparem-se para o ano que vem, mesmo que suas almas estejam estudando ou trabalhando na Universidade Federal do Acre, pois a experiência deixou um gostinho muito rande de quero mais.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um poema para distrair

De agora em diante

Não quero sensibilidade,
prefiro segurança
Não preciso criar asas
se nada passa do chão
Não desejo carinho em farsas,
basta-me a compreensão

Cansei de procurar
para plantar e cultivar
a semente ideal às fraquezas
O que eu quero é trocar
e sobretudo compartilhar
as alegrias e as tristezas

De agora em diante quero,
antes do amor sincero,
uma eterna amizade.
Que seja tenra e concreta,
de amor e carinho repleta
e de terna lealdade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

À mestra com carinho


A faixa não é suficiente para expressar a gratidão pelo trabalho desenvolvido à frente da escola, mas é uma forma singela de homenageá-la. Nesse dia do professor, gostaria de dedicar um espaço no meu blog à pessoa que foi e é um grande apoio em minha vida; à pessoa que me ofereceu uma oportunidade na vida quando eu ainda era um mísero estudante de 14 anos; à pessoa que me colocou nos caminhos da profissão que desde jovem ei escolhi. Gostaria de prestar uma homenagem àquela que por 12 anos comandou o sucesso educacional que hoje é a Escola Estadual Professor Joaquim Rodarte.
Eliana Márcia Avelar Rodrigues é um exemplo para todos que já estiveram sob sua custódia no Joaquim Rodarte. Além de professora e comandante, ela soube ser amiga nas horas de necessidade e mãe nas horas desespero. Sempre exibiu um vigor imensurável, com dedicação exemplar.
Lembro-me das tardes que eu passava na sala dela a admirar a responsabilidade com que ela desenvolvia suas atividades. Tenho pesar de não ter conseguido lançar sequer uma edição do nosso efêmero jornal, mas agradeço pela oportunidade de ter os primeiros contatos com o jornalismo sob sua orientação. É por isso que nesse dia tão especial, abro espaço para homenagear a primeira pessoa que me confiou uma oportunidade na vida. Poucas linhas são insuficientes para descrever a pessoa brilhante que é a nossa Dona Eliana, mas são suficientes para eternizar em minhas memórias o sorriso deste ícone que marcou a minha vida.

Feliz dia do professor, mestra!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Na sala de espera

Todo mundo insiste em falar sobre as horas. No entanto, meu tempo é curto demais para discorrer sobre elas. Prefiro falar dos minutos. Cada um é formado por 60 segundos, que podem ser míseros se você se sentir confortável, mas podem se tornar uma eternidade quando há pressa ou incômodo. As horas não passam, os minutos voam. E voam tão rápido que quando você percebe, já tem uma hora completa e nem percebeu. Uma hora que não passou.
O barulho intenso do tic-tac causa a impressão de que o minuto se tornara uma hora. O ponteirinho vermelho corre cada vez mais rápido deixando a respiração ofegante, o cérebro desconcertado e a mente cada vez mais doente.
Um homem chega. Calça jeans surrada, jaqueta de couro impecável, barba grande e cabelo curto bem aparados. A terra e areia do seu sapato denunciam que ele viera da zona rural. . E então aquela figura típica contradiz sua condição:
– Vim pagar o aluguel da sala 11.
– O aluguel aumentou – diz a atendente.
Surpreendido pelo aumento, o homem saca um tufo de notas contadas em cédulas de dois, cinco e dez reais. Sinal de que ajuntara todo o dinheiro para o aluguel daquele mês. A taxa passara de R$ 225 para R$ 255 e aqueles dolorosos R$ 30 saem de sua carteira num dó tremendo.
As horas ainda passavam. Não, os minutos passavam. As horas permaneciam inertes em seu lugar. A porta à frente rangia para cada funcionário que por lá passava. A mola que fazia a porta se fechar fazia a diferença entre novatos de veteranos. Os novatos deixavam a porta bater num estrondo assim que passavam por ela, Os veteranos, provavelmente já sabendo do efeito, amorteciam com a mão.
Range a porta subitamente para a passagem da pessoa a quem eu tanto esperara com afinco.
– Desculpe-me a demora, é que eu estava ocupado com outro serviço – diz.
– Não há do que se desculpar – respondo. O pensamento completado na mente: “Você me deu a oportunidade de escrever um bom texto”.

Esse texto foi escrito enquanto eu esperava um dos diretores do Bazar Guri.

domingo, 5 de outubro de 2008

Os cinqüenta por cento


Este fim-de-semana os brasileiros foram às urnas escolher seus candidatos a prefeito. Em Formiga, as urnas mostraram algumas surpresas, mas tudo permaneceu na normalidade mesmo. O atual prefeito Aluísio Veloso/PT se manteve na chefia do executivo vencendo as eleições com 21.094 votos (53,1% dos votos válidos). Se o segundo turno fosse válido para cidades com mais de 60 mil habitantes, o petista teria desbancado seus adversários logo no primeiro pleito, o que prova que seu trabalho o tem consolidado como um dos melhores prefeitos que a Cidade das Areias Brancas já teve.
Aluísio venceu com uma diferença de 11.013 votos o canditato Eduardo Brás/PSDB, que teve 10.077 votos (25,4%) e por sua vez não conseguiu abrir distância do outro concorrente, Juarez Carvalho/PV, que obteve 8.545 votos (21,5%). A escolha comprova as intenções do eleitorado formiguense. Os dois candidatos já tiveram chance de mostrar o seu trabalho numa segunda administração e não tiveram muito sucesso. Sinceramente, espero que o Senhor Aluísio não faça o mesmo.
Para vereador, méritos para o PMDB. A legenda conseguiu três votações expressivas: Meirinha, com 1.875 votos, Mauro César, com 1.698 votos, e o já figurinha carimbada Moacir Ribeiro, pela sétima vez no executivo, com 1.654 votos. Além de ter sido a mais votada, a peemedebista foi a única mulher eleita para ocupar umas das dez cadeiras da câmara, um fenômeno que pode vir a concorrer à prefeitura nas próximas eleições. Cid Corrêa (da Vitória Corrêa/PR) esteve na frente grande parte da apuração e terminou com 1.721 votos (o segundo mais votado), sem conseguir levar ninguém de sua coligação.
A coligação PSB/PT/PTC levou Gonçalo de Faria/PSB, com 1.348 votos, e Edmar Ferreira, agora no PT, com 1.109 votos. Cabo Cunha/PMN foi o único eleito da coligação PMN/PSL/PRB/PRTB, com 1.186 votos. Já os esforços em reunir as personalidades mais pop de Formiga deram à coligação PV/PCdoB/PPS/PTB duas cadeiras no Legislativo: Eugênio Vilela Júnior/PV, com 950 votos, e Dr. Reginaldo/PCdoB (sim, o maluco conseguiu!), com 910 votos.
A coligação DEM/PP é a prova de que a união faz a força e elegeu o desconhecido Mazinho/DEM com 572 votos, que superou figuras expressivas como Tião Rangel, Vanderlei Pacheco e Josino, que já foram legisladores em mandatos anteriores. Somente o PHS que naum fez coligação com ninguém (idiota) não elegeu nenhum vereador.
A nova cara da Câmara Municipal mostra cinco novidades e cinco velharias do eleitorado formiguense. O que prova que os cinqüenta por cento dominaram as eleições desse ano, um pleito que não foi bom, nem ruim tal qual seu resultado.
PS: Parabéns para o Valdir lá de Córrego Fundo (futuro patrão da Cidinha), prefeito mais uma vez.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Em férmio

Acordou pela manhã sentindo um enorme calor. Sentia seu papo maior do que o usual. Não podia falar. O nariz era cenário de uma das melhores cenas de elevador realizada com secreções nasais. Ao levantar começou a expelir esputos que pareciam vir do fundo da alma. Era a gripe que o atacara noite passada.
No dia seguinte, a mesma coisa. O café tornou-se seu maior companheiro. Bastava um gole para expelir mais esputos pela boca, um ciclo que durou toda a manhã. Depois de algumas pastilhas, alguns remédios e mais uns placebos, parecia ter melhorado, mas o tamanho do papo permanecia o mesmo.
Não se desesperou. Preferiu trocar a labuta diária por um repouso saudável. E como fora saudável! Evitou mais irritação ficando em casa naquele dia. Sentia-se enfermo, mas sua garganta ficaria em pleno férmio, material químico utilizado na bomba de hidrogênio, se ele tivesse ido trabalhar. Mas tudo bem. Um pouco de paciência não faz mal a ninguém.

sábado, 20 de setembro de 2008

Importância do sono

Dormir é algo muito importante para o ser humano. É durante a noite que você suspende temporariamente toda a atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária de seu corpo. Comparando o ser humano a uma máquina, essa é a hora de recarregar a "bateria" para realizar as atividades citadas acima.
Porém, ao contrário das máquinas, que a cada dia que passa necessitam de mais carga, o ser humano necessita menos carga ao longo do tempo. Por exemplo, um bebê dorme quase o dia todo e à medida que o tempo vai passando, dorme menos. De acordo com estudos, a média de sono até os 3 anos é de mais de 10 horas e de 4 a 6 é de 10 horas. De 7 a 8 a média cai para 9 horas, de 9 a 14 para 8, de 15 a 21 para 7 e de 21 até os 51 anos para 6. Contudo, o mais indicado é que se durma 8 horas por dia.
Dormir, além de relaxante, revigorante e super salutar, é uma maneira de fugir à realidade sem ter que criar sonhos em sua cabeça, pois lá eles se formam automaticamente. E, muitas vezes, expressam exatamente aquilo que você almeja. Acho que agora eu vou dormir um pouco porque esse post me deu muito sono.
Bons sonhos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

2.1 e com teclado

Vinte e um anos de vida completos. Querendo ou não é uma data importante, mas agora sem muitos motivos para comemorar, exceto pelos amigos que a cada dia se tornam mais estimados do que nunca. Um dia para refletir, pensar no futuro e promover algumas mudanças.
A primeira delas é o leiaute completamente novo, agora todo em tons de azul, minha cor predileta. Mudei a disposição dos elmentos porque a página antiga já estava meio batida e não aceitava a maravilhosa invenção que saiu do Orkut para cair no mundo dos blogueiros: os gadgets. Sim, agora você pode conferir aqui ao lado as últimas atualizações dos blogs amigos no mundo virtual, o que passou a ser um incentivo a novos posts, pois ninguém quer ser o último da lista com postagens de 5 semanas atrás (não é, Fernandinha?). Mesmo porque, não tem sentido indicar um blog tão desatualizado na internet. A maior novidade é que vocês podem se divertir com um joguinho muito legal nessa barrinha aqui do lado (>>>). Aconselho vocês a jogarem "Bird hunting", é muito legal ver os passarinhos caindo e jorrando sangue. Não existe objetivo nenhum, mas você se diverte matando passarinhos de uma forma muito escrota. Prometo mudar o joguinho depois que esse aqui me enjoar (aceito sugestões).
A outra mudança é que agora eu decidi, finalmente, entrar para o mundo da música. Comprei o meu teclado (o que me custou cem dolorosos mangos) e já estou tirando musiquinhas para fazer um som legal. Depois que recebi 4 convites para tocar em bandas, eu empolguei. Mas ainda não aceitei nenhum oficialmente. Por enquanto, estou me dedicando num pré-projeto com Lincoln e Vitor (tá muito legal). Meu objetivo é um dia conseguir tocar "Karma Police"...
Não sei o que será de mim ano que vem, mas isso não é pra agora, então não há com que se preocupar. Divirtam-se com o Bowman e aguardem o meu primeiro show.

sábado, 30 de agosto de 2008

Natureza underground


A uma semana de mais uma apresentação da melhor banda da Cidade das Areias Brancas, decidi passar aqui para contar porque eu gosto dessa banda. Quatro rapazes que se reuniram para fazer um som e decidiram compor suas músicas próprias, esses são os rapazes do Anarkaos. Duas guitarras dialogam com a bateria envoltos pelo singelo som do baixo em letras que adentram o espírito pela porta principal, o ouvido. Esses rapazes merecem o nosso reconhecimento. Numa cidade onde músicos são mal pagos e suplantados pelo freqüente surgimento de bandas que aceitam tocar em bares sem nenhum custo somente para "mostrar" o seu trabalho, os rapazes do Anarkaos conseguem fazer jus aos dois cds que nasceram do seu suor.
O talento não precisa de cartazes, flyers ou folders "bonitinhos" no estilo "Looping Promoções" ou "Sérgio Borges", basta uma folha de jornal impressa numa gráfica que nem chega perto de ser a melhor do município e uma fita adesiva que se encontra em qualquer papelaria, muito mais ecológica do que aquelas colas que danificam o espaço público e mancham a imagem das paredes que decoram as ruas da nossa cidade.
Espero que o Novo Paladar esteja lotado no próximo sábado, pois vocês merecem um público muito maior do que aquele lugar pode suportar.

Serviço:
Anarkaos
Local: Novo Paladar (ao lado do Ladino, digo, Galdino)
Data: Sábado, 06/07 Horário: 23 horas

domingo, 24 de agosto de 2008

Plágio

O blog do Bruno Dancing parece que vai voltar a bombar. Mesmo que isso não aconteça eu gostaria de publicar ak (com adaptações) uma frase bombante que ele postou no blog dele e eu me identifiquei completamente:

"Problemas sociais, relacionamento, dores de cabeça, noites acordado, sonhos psicodélicos, faculdade chata... Se não fossem meus amigos por perto, sabe-se lá como eu estaria agora."

Um dia ainda quero postar todos os pensamentos de Nana sobre os quais tenho refletido ultimamente. São esses excertos de sapiência popular que me fazem seguir em frente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Acho que quebrei meu relógio

Quando era mais novo, eu costumava dizer: “Tenho todo o tempo do mundo” como forma de justificar a preguiça e a falta de compromisso com as obrigações impostas a mim. Como nunca fui cobrado de maneira militar pelos meus pais, não aprendi a ter tanto compromisso com horários e chegar atrasado às festividades e obrigações passou a ser um doce costume, só para poder utilizar a criatividade numa desculpa tão esfarrapada quanto se pode imaginar.
Contudo, as pessoas crescem, os compromissos aumentam e a rotina é ampliada a ponto de você ter que contradizer um dos lemas infantis que você ais admirava quando era pequeno. Já faz um tempo, aposentei a frase “Tenho todo tempo do mundo”, mas ainda não havia encontrado outra capaz de substituí-la. Cada minuto do tempo passou a ser crucial na minha rotina de vida e, cada vez mais, Cronos parece zoar com a minha cara, dando-me mais afazeres e menos tempo.
E nesse momento, os nova-iorquinos do Interpol me apareceram ocasionalmente cantando “I’m timeless like a broken watch”. Encaixei-me perfeitamente nas sete (outro número que tem me perseguido ultimamente... nee, Nana?) palavras do início da música “Take you on a cruise”, faixa quatro do segundo CD da banda, intitulado “Antics”. Tal comparação poética me fez refletir bastante sobre o tempo, esse mano velho que ainda falta um tanto, eu sei. E então, concluí que estou realmente sem tempo, tal qual um relógio quebrado. Contudo, o meu problema não é apenas bateria, talvez sejam as engrenagens que começaram a sofrer com o stress cotidiano...
Agora, só me resta fazer uma oferenda a Cronos para ver se eu arranjo um espacinho a mais no tempo (tal qual o que eu arrumei para fazer esse post). E se você está se sentindo tão sem tempo quanto eu, passe logo no relojoeiro para ver qual é o seu problema (mas deixe um comment antes, ok? Afinal se você já perdeu tempo lendo esse post, não custa nada opinar também...).

sexta-feira, 25 de julho de 2008

NANA é isso

O relógio já batera as doze badaladas noturnas e o garoto está em seu quarto à frente do computador. Na tela, um anime famoso da televisão japonesa. Ele estava assistindo Nana e depois de perceber o quanto o personagem Takumi é mau-caráter, tosco, desgraçado, insolente, fétido e mais 763 xingamentos extraídos do dicionário Aurélio ele começa a gritar numa voz estonteante:
- Desgraçado! Filho da P#%@! Vai tomá no c#$#&%*!!!
E então a porta do quarto irrompe num arranque surdo. Uma cabeça emerge do corredor. Era a mãe do garoto querendo saber:
- O que é isso meu filho?
- Nada não, mãe. Boa noite.

sábado, 28 de junho de 2008

No fim dá certo

Hoje trago alguns ensinamentos de vida do grande mestre Fernando Sabino. Essas frases são um trechinho do livro "No fim dá certo" e fazem parte da crônica homônima que é a última da obra. São ensinamentos proferidos pelo pai dele e que ele decidiu publicar em um livro para dividir a sabedoria do pai com a humanidade. Aqui vão os 10 que ele publicou no texto:

"As coisas são como são e não como deveriam ser - ou como gostaríamos que elas fossem.
O que não tem solução, solucionado está - não adianta gastar boa vela com mau defunto.
Se quiser que alguma coisa mude, e se não puder fazer nada, espere, que ela mudará por si.
Toda mudança é para melhor: se mudou é porque não deu certo.
Mais vale passar por um apertinho agora que por um apertão o resto da vida.
Antes de entrar veja por onde vai sair.
Faça somente o que gosta. Para isso passe a gostar do que faz.
Trate os outros como gostaria de ser tratado. Não se deve aumentar a aflição dos aflitos.
A única forma de resolver um problema nosso é primeiro resolver o do outro.
No fim dá certo, se não deu certo é porque não chegou ao fim."

terça-feira, 27 de maio de 2008

Rapidinha da manhã

O mais difícil de um texto é o início. Depois que se começa, basta conduzir as idéias até um ponto final e terminá-lo. Contudo, em certos casos o fim parece mais complicado do que o começo, pois você já se cansou de escrever ou deseja escrever algo mais e não tem como. Eis que um dia, me encontro numa situações dessa e digo:
- Nó! Eu tô com uma dificuldade de fechar este texto aqui...
E protamente o Lalinho responde:
- "Alt + F4" fecha o texto.

¬¬

terça-feira, 15 de abril de 2008

Introspecção número um

Mais um dia em sua vida e ele sai de casa. Caminha a passos lentos rumo ao hospital. Não que ele estivesse doente, mas iria se curar de qualquer forma. Algumas horas de viagem e começa a cirurgia. Na noite fria e densa, o bisturi corta-lhe as entranhas aos abraços da amada. A noite longe, tão perto, completa a insônia cirúrgica. A prece na igreja não seria a última, pensara ele. Mas aquela noite seria. Pela manhã, a cura vem amarga nos remédios da amada e a viagem para casa é tão dolorida quanto a operação.
Tristeza, abatimento, frustração e decepção, não queria curar-se. Perdera naquele lugar um pedaço de si. Como recuperá-lo, se era aquela parte insubstituível? Não era possível resgatá-la, ou talvez ele pensasse não ser. Olhos à procura de espaço, palavras em tom de elegia. Eis que surge a solução, brotando do mesmo lugar em que se perdeu. E agora, brota em dois ramos. Dois ramos... Por que não havia de ser somente um? Por que viera outro broto? Um já era mais do que suficiente.
Sua tarefa agora é cuidar da planta. Regá-la todos os dias, trabalhar a terra, retirar as gramíneas que lhe barrarem o desenvolvimento. Cuidar do indivíduo e curá-lo das intempéries, como um dia se curou. Talvez aquele jovem ser vivo seja a fênix de sua parte perdida, revelando-se em meio ao inimaginável onde havia desaparecido.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Som interpolado

No dia 15 de março, eu tive a honra de participar de um espetáculo de primeira protagonizado pelos nova-iorquinos do Interpol. O dia não estava muito propício para o show e tudo parecia estar conspirando para dar errado. Primeiro, cheguei ao ponto de ônibus para pegar o Santafé exatamente dois minutos antes de sua chegada. Dois minutos de atraso e já era. Depois cheguei a Belo Horizonte e fui pra casa da minha irmã.
Na hora de ir pra casa do Matheus, uma chuva dos infernos arrebatou a cidade e lá estava eu caminhando em meio ao aguaceiro no centro de BH. Chegando à casa do Matheus, vi que a luz no bairro dele tinha deixado o local. Em meio às ruas escuras, caminhamos até a Moradia Universitária (depois de comprarmos uma velinhas, é claro). "Não vai dar pra tomar banho", logo pensei, mas fomos salvos pela iniciativa ecológica local. Lá, a água é aquecida por energia solar e os poucos raios que incidiram sobre a cidade naquele dia foram suficientes para preparar o nosso banho.
Indo para o show, uma pequena chuva se transformou num enorme pé d'água enquanto estávamos no ônibus. Descer no Chevrolet Hall foi complicado. Tivemos que entrar pela saída, pois a entrada do lugar fica ao ar livre e a chuva não nos permitia subir as escadas tranqüilamente. Demos azar, pois a entrada que escolhemos foi a segunda a ser aberta, o que não nos impediu de garantir os nossos lugares na sexta ou sétima fileira da pista. Chegando lá, fomos surpreedidos pelo pessoal do Pato Fu, já no palco, dizendo que o show seria com a luzes do ginásio acessas, pois a organização não os deixara utilizar todas as luzes do palco e, como forma de protesto, eles não usariam nenhuma.
O pessoal do Interpol, então, foi o máximo. As luzes foram realmente muito brilhantes e no fim eu e o Matheus nos juntamos a um casal indie que gritava "Toca Stella", que eu tive o prazer de gravar um trechinho. Como se não bastasse, quando chegamos ao ponto de ônibus, outra tromba d'água atingiu a capital mineira, mas nós sobrevivemos.
E aí está! Uma lembrança que ficará guardada em nossas lembranças eternamente (a menos que nós tenhamos Mal de Alzheimer). Interpol em BH:


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Que se ascendam as luzes brilhantes!!!


Esse post é só para expressar a minha empolgação com o show do dia 15 de março. O ingresso tá na mão e aí em cima vocês podem conferir a fac-símile do meu "passaporte para o rock" (porque pelo formato dele, parece no mínimo uma passagem de avião). A banda que vêm ao Brasil este ano é o Interpol, um grupo de nova-iorquinos underground's que se juntou em 1998 para fazer um som. Conheci a banda em 2004, na internet, e escutava as musiquinhas dos rapazes pelo site da Rádio Terra (era um dos poucos álbuns que tocava inteiro, talvez pela baixa popularidade da banda naquela época, o que também não mudou muito ainda hoje).
Este ano o grupo vem ao Brasil com Paul Banks (voz e guitarra), Carlos Dengler (baixo e teclado [!]), Daniel Kessler (guitarra) e Sam Fogarino (bateria), formação que vem desde o primeiro CD "Turn on the Bright Lights", que em português seria "Ascenda as Luzes Brilhantes", um ótimo título para uma banda em início de carreira.
Para mim é uma grande honra poder assistir a banda que marcou bons anos da minha vida de estudante underground do ensino médio e por isso já estou empolgado desde já, treinando as letras que ainda não consegui armazenar na memória, tudo pra não perder uma só palavra no dia do show. Por isso desde já peço aos rapazes do Chevrolet Hall, em BH, para prepararem as luzes brilhantem, pois a noite vai ser de arrasar!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Nem tão de volta à rotina...

Semana iniciada e lá vamos nós novamente iniciar um ano letivo, ano este que (eu espero profundamente) não será o meu último ano de graduação, apesar de terminar com a minha formatura em dezembro. Dizem que no Brasil o ano só começa realmente depois do Carnaval e hoje sou forçado a concordar com esta tese que ultrapassa nossa compreensão. Somente nesta semana eu parei para pensar nas coisas que os ocasos cotidianos me reservam.
A cada dia que passa sinto que meus intentos estão cada vez mais difíceis de se concretizar, reação típica de um "loser" perante os obstáculos, todavia sigo em frente teimoso como um herói japonês que você encontra em qualquer mangá por aí nas bancas. Mesmo sendo alertado pelos personagens coadjuvantes da história, insisto em bater a cabeça diante das paredes que limitam as fronteiras de minha vida (e com isso meu crânio vai se fortalecendo cada vez mais).
Enfim, entrei num penso ciclo pelo qual estou fadado a passar durante mais 95 dias pelo menos. Acordo às 8:00, vou para o jornal às 8:30, volto às 12:00 horas para retornar à labuta às 13:00. Pouco depois das 17:00 deixo o trabalho com destino à minha casa (que mais parece uma barraquinha dessas de fast food, dado o pequeno tempo que passo nela) e saio exatamente uma hora depois, às 18:00 para a faculdade que se inicia às 18:30 (onde os volumes de Death Note têm sido ótimos amigos para esperar o início das aulas). Em casa de volta às 23:00, só consigo vislumbrar a minha cama, que me acolhe até as 8:00 do dia seguinte, quando o ciclo se reinicia.
Uma rotina um tanto diferente da minha rotina no ano passado, principalmente levando em consideração a sexta-feira. Hoje, chego em casa às 23:00 e me ponho a pensar onde estaria caso ainda tivesse que cumprir certos contratos de honra... Quisera eu pegar um ônibus com destino ao templo de Eros, onde eu fosse acolhido pelas mãos de uma bela sacerdotisa para me afagar e perguntar na voz mais doce que Zeus já concebera à Terra: "Como foi a sua semana?"
Entretanto, a realidade não me reserva nada disso. Resta apenas pedir ao "Mestre Divino" que meus desejos sejam atendidos caso eu seja merecedor deles. Caso não seja, que eu tenha pelo menos, paciência para aguardar as surpresas que não consigo avistar depois do ocasos de minha juventude. Essa primeira quebra de rotina já foi superada...

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Picante ao extremo

Mariana Mara é uma pessoa muito engraçada. Estive em sua casa na última quinta-feira e fui agraciado com as amostras de seu bom-humor. O evento era simples: uma pequena reunião com grandes amigos (mas sem a presença da maior de todas) do ensino médio. Não bastasse a dificuldade que foi para achar a casa dela (o que me levou a dar dois telefonemas), ainda fui o primeiro a chegar, mesmo com 20 minutos de atraso.
Em suma, foi um encontro muito bom. Conversamos sobre os acontecimentos de nossas vidas nos últimos dois anos e nos divertimos bastante. Na hora de pedir o prato do dia, panqueca "orlandesa" só pra variar, telefone à mão. Por indicação da senhorita Roberta, deveríamos conversar com uma tal Sirlene (se não me falha a memória). E dale Mariana:
- Alô! Vocês têm panquecas para entregar - acredito que eles não tinham, mas fariam se a gente pedisse
O profissionalismo da atendente foi cordial:
- Temos sim.
- Ah tá... É a Sirlei?
- Sirlene.
- Sirlene - corrigiu - Tá bom, Maria, a gente vai querer...
A moça deve ter se sentido ofendida pelo trocadilho, mas seguiu conversando com Mariana. Caí em gargalhadas (literalmente, caí no chão), com aquele jeito pessoal de conversar com Sirlene que se tornou Maria até o fim da ligação, mas o show não terminou ali. Mariana ainda se deu ao luxo de pedir que o entregador trouxesse mais.
- Manda ele trazer muitos sachês, principalmente de maionese, pode ser mais maionese do que catchup.
Imagino como a telefonista se sentiu ao ouvir tal pedido. "Ela só pode estar brincando", deve ter pensado, e quis fazer uma brincadeira com a moça:
- Você quer da verdinha também?
Mas ela não sabia que estava falando com Mariana Mara, a Mel. E disse como se já fosse amiga íntima da moça, fazendo um gesto que somente as cinco pessoas que estavam lá na hora poderiam saber como foi:
- Você tem da picante?
- Picante? Tenho.
- Pois mande mais desse tipo.
- Okay, chega em 40 minutos.
- Obrigada, Maria.
- É Sirlene! - e desligou.
Presto esta homenagem a você, Mel, que me proporcionou tantas alegrias salpicadas com boas doses de nostalgia naquele dia. Muito obrigado...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Vivendo de escrever e escrevendo para viver

Queria criar este espaço para escrever histórias irreverentes as quais eu pudesse utilizar um dia. Entretanto, passei a utilizar este espaço para expressar os sentimentos que não consigo suprimir dentro do meu ser. Por se tratar de um dia desses, decidi fazer um "post", até mesmo porque ainda tenho um curto tempo antes de prostrar-me em minha cama e adormecer pensamentos que me intrigam.
Estava adorando o céu e, no entanto, deixei-o em menos de dois meses. Televisão é algo que me encanta, mas não desperta muito interesse. Prefiro a impresa estática! Esta é muito mais duradoura e permanece nos arquivos até ser consumida pelos microoganismos com o passar do tempo. A televisão é feita para o hoje, não para o amanhã e muito menos para o ontem. Poucos programas marcam a mente das pessoas e mesmo assim permanecem apenas em lembranças que não podem ser divididas com indivíviduos que não a tenham compartilhado. Meu destino é a estante das bibliotecas, onde mais pessoas poderão se aproveitar de meu trabalho, entrando em contato com minhas histórias.
Acredito que ganhei o divino dom da escrita. Não que eu me compare a um Drummond, Sabino ou Lanari, mas pelo menos ainda me arrisco a perder tempo dedilhando o teclado em busca de períodos coesos. Gosto muito de escrever, só preciso exercitar. Admiro quem trabalha o dia todo em um jornal, escreve mais ou menos três matérias por dia e ainda encontra tempo para chegar em casa à noite e criar um post novo para vagar pela net em busca de leitores. Gostaria de ser assim. Entretanto não sou narcisista ou ensimesmado para falar de mim, mesmo porque descobri que não tenho um bom marketing pessoal.
Na verdade, esse foi um dos motivos que me fez desistir da televisão. Não gosto de me mostrar e sempre preferi os bastidores. Não acreditei quando recebi a proposta para trabalhar em período integral com uma coisa que eu adoro. Era bom demais pra ser verdade. Tudo o que eu planejava para o meu futuro, tudo o que eu desejava para a minha sobrevivência poderia estava ali naquelas palavras incertas e duvidosas. A incredulidade me levou a hesitar, mas a vontade não me permitiu pensar muito a respeito e aceitei de pronto.
Talvez Deus tenha visto meu sofrimento e atendeu as minhas preces. A única coisa que ainda me mantinha ligado ao céu era a bolsa que eu haveria de perder e eis que então, depois de algumas conversas, surge o anúncio de que eu ainda continuaria no projeto. Perfeito demais... Inacreditável... Tudo o que queria depois de abidicar de remotos prazeres da vida que tinham um alto preço.
Hoje, vivo escrevendo dia e noite, noite e dia. Por prazer, por gosto e (talvez) por aptidão. Que o real Deus me guie nesta nova caminhada e me conceda inspiração para a escrita, pois este ano eu precisarei. Não bastassem os textos que faço para o meu sustento, ainda terei que concluir quatro projetos lidando com as palavras. Um deles não me é muito importante, mas também não é impossível. Prometo voltar em breve com mais detalhes, visto que fazer blog tornou-se um dos passatempos mais queridos de muita gente. E ainda é uma ótima maneira de exercitar as palavras sem nenhum compromisso. Estou muito feliz com estas conquistas, pois permitem que eu prossiga escrevendo para continuar a exitir; sempre escrevendo para viver.