segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ampulheta

O tempo vem correndo desta forma, lentamente passando pelo orifício de nossos olhos. Eu gostaria que ele continuasse correndo assim dessa maneira, sem pressa. Sem que eu possa notar nada, nem mesmo a liberdade que tanto busquei incessantemente. Você pode criar, destruir ou fazer correções e estará tudo terminado, é só ter paciência. Isso já basta.
Ontem fui acusado de ser um "homem impaciente". Discordo. Não, concordo. Confesso que não tenho "saco" (com perdão da expressão de baixo calão) para muitas coisas, mas é que o tempo me ensinou a ser prático. Faço o que me deixa bem e acabo com as coisas no momento em que elas passam a me fazer mal. Por enquanto, posso dizer que meus projetos pessoais estão indo muito bem e isso me deixa muito feliz.
O mais feliz disso tudo não é simplesmente ganhar dinheiro ou ver as cifras na minha conta bancária aumentarem, e sim ver os sorrisos abertos no rosto das pessoas que passaram a existir graças ao seu "ímpeto", "iniciativa" ou "vínculo com a vida". Esse é um poder mais forte que o de qualquer pokémon, que, diferente de causar dano ou recuperar vidas, gera uma ligação que faz bem ao corpo e à alma.
Semanas atrás, minha superior disse que o marido dela comprara um barco para passear no Lago de Furnas dizendo que seria "o último desejo" dele. Tudo isso aos 60 e poucos anos. Agora, ele gostou tanto do barco que já quer uma embarcação melhor. As coisas são assim, sabemos desde o início que nossos desejos são sempre sem fim. O verdadeiro amor pelas coisas não está à venda e por mais que ele seja difícil de encontrar, todos nós sabemos que ele está no nosso coração.
Sei que milagres não acontecem, mas as respostas surgem sempre de uma ampulheta. E é bem mais belo observar a areia escorrer lentamente de um orifício a outro do que prender os olhos no ponteiro que gira cautelosamente no relógio. Sempre fiquei admirado com aquele joguinho da Grow que eu nem me lembro o nome (acho que era o Imagem e Ação mesmo) que tinha uma ampulheta que registrava cronometricamente 30 segundos. A gente duvidava mais de uma vez, mas todas as vezes que a gente tentava medir o tempo daquela singela ampulheta azul, o cronômetro não falhava: 30 segundos exatos.
É essa precisão que eu procuro. E vou esperar, seja os 30 segundos da ampulheta ou os 60 anos daquele senhor. Vou esperar até que a outra parte do meu paraíso inventado se complete. Posso, criar ou destruir na hora que convier, basta manter o fôlego e a calma. Se isso não é ter paciência, (viu Mariwonde?) então eu não sei o que é.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Spiral Arco-Íris


É impressionante como uma coisinha tão boba pode alegrar um ambiente e trazer tanta tranquilidade para a alma. Ela enfeita maravilhosamente o meu lar e eu nem paguei baratinho no mercado por ela, ganhei de uma pessoa muito especial. Sequer pensei em colocar no quarto ao lado, tampouco em frente a janela para deixar a vizinhança mais bela. Podia pendurá-lo no meio da rua, mas sei lá, isso é uma coisa tão minha e sua.
Todos os dias penso que não era preciso se incomodar com um presente desses pra me agradar, mas ficou bonito, ficou bem legal e assim ele levanta o meu astral. Achei uma beleza este trabalho artesanal, não é de camelo e não me deixa mal. Olho para ele e lembro tudo isso, aí esqueço do tempo e dos meus compromissos.
Às vezes paro pra pensar dezenas de filosofias sobre o negócio, tipo, que cada papel colorido representa um fato da nossa vida aih da forma que o negócio foi feito, um papel sustenta o outro da mesma forma que um fato dá sequência em outro na nossa vida. Mas aí eu paro e penso: cara, ISSO É SÓ UM MONTE DE PEDAÇO DE PAPEL COLORIDO! E é mesmo, mas sei lá, pra mim isso representa tanto e eu gostei tanto de ter ganhado isso, que me deu vontade de compartilhar com os leitores do meu blog. Tá, eu sei que isso não vai mudar o fato de que o negócio É SÓ UM MONTE DE PEDAÇO DE PAPEL COLORIDO, mas ele alegrou ainda mais a minha vida num momento que eu estava precisando de verdade. Obrigado, Paty-chan!

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Momento "Vou imitar o blog do Thlls"

Rota escura, todo mundo quer uma
Rota escura, todo mundo precisa de uma
Oh meu Deus, Oh meu Deus, Oh meu Deus, Oh meu Deus
Oh meu Deus, Oh seu Deus, Oh Deus dele, Oh Deus dela
É o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo
Os mundos se chocam, mas o que todos nós queremos é uma rota escura
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Momento "Vou imitar o (inativo) blog do Fuca"

Coloquei uma carta numa velha garrafa. E daí?
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E pra quem pensar que eu escrevi esse post com coisas da minha cabeça, escute a música Spiral Arco-íris do Superguidis que você vai descobrir de onde eu tirei inspiração pra escrever essa porcaria.

domingo, 8 de agosto de 2010

Geração interpolada das artes marciais

II

À frente da porta de madeira escura, hesitou. Queria entrar, mas tinha medo. Chegou a se apegar à maçaneta, mas teve medo de girá-la por questões de segurança. Cansou-se de ver o amor e seguí-lo na velocidade da luz. Sim, o truque é ir com calma.
Do outro lado da rua não conseguia ler a expressão naquele rosto mesmo que ele estivesse em palavras. Por mais que seu coração ainda estivesse espalhado por aí, preferia continuar a juntar os pedaços daquele joia rara que havia descoberto. Nunca antes a rua lhe parecera tão grande. Precisava ele ter atravessado a rua para perceber que não conseguiria esquecer as palavras cravadas naquele rosto? Jamais esquecera quem ela foi naquele dia retorcido. Só queria que ela também se lembrasse.
Todos os dias ele anseia pela manhã sem sons à frente dela, para que ela possa ouvir as declarações dele. No entanto, o rapaz já não tinha mais palavras para expressar aquele sentimento. Restava-lhe expressá-lo em pequenas ações e aguardar até o dia em que ela percebesse isso. "Com certeza, um dia..." pensava.
Num sussurro ela disse que eles não poderiam continuar assim, mas havia alguma coisa sobre os dois, ele tinha certeza e não queria desperdiçar aquilo. Queria poder lhe dizer que não desistiria assim tão fácil, mas tinha medo da sua reação. Ela não chorava fácil e ele entendia o porquê. Mas naqueles dias ela chorou e ele estava lá. Se ele pudesse contar que gostava dela, o que a jovem faria? Seria muito egoísmo não aceitar a derrota.
E então, quando ele correu para o rosto em palavras, a porta do outro lado da rua se abriu...

domingo, 1 de agosto de 2010

Ah, ah, ah, não pode parar! E, e, e, quero te ver sorrir.

Antes de escrever esse post, pensei que muita gente ia me achar paia depois dele, mas depois de ler na blogosfera os resultados do último fim de semana, concluí que não seria bem assim.
Este mês esgotei minha cota de viagens, é. Faz mais de um mês, eu não fico um fim de semana sequer em Belo Horizonte. Formiga, Divinópolis, Formiga, mais uma vez Formiga para Divinópolis na sequência e São Paulo logo em seguida, Formiga novamente e por fim Formiga. Este foi o meu roteiro de viagem no mês que se encerrou. O número de "Formigas" neste roteiro de viagem pode ser justificado pelo fato de eu me preocupar, principalmente, em visitar a minha família, mas não é. Aliás, a última coisa com o que eu tenho me preocupado ultimamente é a minha família. Toda vez que chego em casa, parece que há um problema a mais e às vezes eu agradeço ao Senhor por ter me mudado pra Capital dos Mineiros num momento tão oportuno.
Este fim de semana, por exemplo, eu consolidei uma das "previsões" da minha mãe. Ela dizia: "O Ariálisson vem aqui em casa só pra dormir. Daqui a alguns dias, nem isso ele vem fazer mais." Ao dizer isso, acredito que ela estava pensando em outra coisa, mas nesse último sábado, realmente eu não dormi em casa. Como se não bastasse eu trocar o dia com meus familiares pelos diversos encontros temáticos com meus amigos, troquei uma boa noite de sono em casa por uma noite de jogos no Rotary. Foi legal e muito divertido, algumas pessoas até pediram um "bis" desse evento numa próxima oportunidade.
O interessante é pensar que eu não sou o único que age assim. Vejo que muitos dos meus amigos pensam da mesma forma e querem passar mais tempo com a galera do que com a própria família em casa. Na verdade, eles são a verdadeira justificativa de eu ter colocado tantas "Formigas" no meu roteiro de viagem este mês. Enquanto passei as semanas de férias aqui em Belo Horizonte, trabalhando em meio às moscas (que eram os maiores frequentadores da Escola de Música nesse período), fiquei pensando na minha vida e nas coisas que eu deixei na minha terra natal, que parece ter se tornado ainda mais agradável depois que eu fui embora de lá. Gostaria de trazer um pedacinho a mais disso tudo pra mim aqui...
Embora esteja muito feliz e os acontecimentos ruins que têm se sucedido não me impeçam de viver essa felicidade (tanto que alguns leitores nem imaginam o que seja, pois não costumo falar deles aqui), me pergunto se seria possível este sentimento se propagar naqueles a quem eu tanto amo. Deus, se eu transbordar em felicidade, seria possível essa felicidade derramar para afastar tanta tristeza? Quero continuar, pelo menos, irradiando as pessoas ao meu redor com o mais puro sentimento de alegria. Não demora muito, esse recipiente se quebra e a felicidade contida nele se esvai de uma vez só.